Rolando o feed, perdendo a vida 

Menos de 2 minutos

Quantas vezes você olha o celular por dia? 

A maioria nem consegue responder. E quando o próprio aparelho revela: “tempo de uso hoje — 6h42min”, o susto é imediato. Parte significativa desse tempo, muitas vezes, se foi apenas rolando o feed: vídeo após vídeo, postagem após postagem, sem nenhum propósito claro. 

Essa é uma realidade silenciosa: o tempo está sendo drenado sem que se perceba. E o mais grave — com uma sensação de cansaço que continua, mesmo após “descansar”. 

O feed infinito dá a ilusão de pausa, mas entrega cansaço e culpa. Não é um descanso que recarrega, é um consumo que desgasta. Uma fuga que rouba mais do que oferece. 

A armadilha é sutil: está todo mundo fazendo o mesmo. E isso normaliza o que, na prática, está minando o tempo, a atenção e a energia de quem só queria “relaxar um pouco”. 

Não é falta de tempo. É excesso de distração. 

Projetos são adiados. Leituras ficam pela metade. Conversas são interrompidas. Vidas inteiras se transformam em “depois eu faço”, enquanto a mente segue conectada em tudo — menos no que realmente importa. 

E isso não está afetando só os adultos. As crianças, hoje, crescem com a rolagem de feed presente nos seus dias desde muito cedo. Enquanto seus pais comem, trabalham, assistem a filmes ou até conversam rolando a tela, os filhos aprendem que “isso é normal”. Não há conversa sobre limites, nem exemplo de presença. Assim, crescem acreditando que viver disperso, improdutivo e acelerado é parte natural da vida — e não um sintoma silencioso de uma sociedade esgotada. 

Muitos almoçam rolando o feed. Jantam com o celular em mãos. Estão em encontros, mas com o olhar preso em telas. Assistem a filmes e séries enquanto alternam entre aplicativos. 

 A vida virou um pano de fundo da rolagem. 

Esse comportamento automático — aparentemente inofensivo — tem consequências profundas. Não apenas reduz a capacidade de foco e de produção, mas também cria uma insatisfação constante, uma inquietação crônica, uma desconexão emocional com o momento presente. 

No meu livro E se o problema não for o problema, aprofundo essa reflexão ao comparar a lógica dos feeds, stories e reels com a lógica do vícios, como a nicotina. É o mesmo princípio! Um estímulo rápido, prazeroso, constante — que entrega prazer imediato em troca de algo valioso.

Enquanto a sensação de “estar por dentro” é servida em doses diárias, o custo real é silencioso: a vida vai passando — e a pessoa vai perdendo. 

Não dá para vencer uma guerra se, ao longo do dia, várias pequenas batalhas são entregues ao piloto automático. 

Uma pausa consciente vale mais do que horas de fuga inconsciente. 

A boa notícia é que ainda dá tempo. Sempre dá. 

Com decisões pequenas, mas firmes, é possível reconquistar a atenção, o foco e o tempo que antes escorria pelos dedos. Uma notificação a menos. Um aplicativo a menos. Um dia mais presente. 

Comece devagar. Defina horários sem tela. Deixe o celular fora do alcance durante refeições ou momentos de foco. Use aplicativos de controle de tempo, silencie notificações desnecessárias, e preencha os espaços vazios com o que te conecta com a vida real: uma caminhada, uma conversa, um livro, o silêncio. Pequenas mudanças criam grandes retornos. 

Respire… reflita… recomece. 

Se esse conteúdo fez sentido pra você, te convido a conhecer meus projetos: 

Meu Livro: E se o problema não for o problema 

Site oficial: www.michelrocha.art.br 

Investimentos com inteligência: Liontari XP Investimentos 

LinkedIn: Michel Rocha no LinkedIn 

Sobre o Autor

Michel Rocha
Michel Rocha

Autor de textos que tocam escolhas, emoções e a busca por uma vida com mais sentido.

0 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *