Bem-estar no trabalho: veja como melhorar a rotina profissional
Em um mundo onde as fronteiras entre o trabalho e a vida pessoal se tornam cada vez mais tênues, o bem-estar no trabalho emerge como um dos pilares essenciais para uma vida equilibrada e feliz.
Segundo pesquisa feita na Inglaterra e divulgada pelo CVV, a depressão e a ansiedade lideram os fatores que mais impactam negativamente o bem-estar. E outros estudos indicam que pessoas com saúde mental são até 13% mais produtivas.
No entanto, sabemos que parte dos transtornos mentais são desencadeados no ambiente profissional. Por exemplo, a transição para o trabalho remoto, desencadeada por eventos globais sem precedentes, revisitou desafios que mexeram com o psicológico de muita gente.
A prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25% no primeiro ano da pandemia de COVID-19, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Por isso, cuidar do bem-estar no trabalho é fundamental para preservar a sua saúde mental e viver com mais alegria, otimismo e energia.
Portanto, vamos explorar aqui, as problemáticas contemporâneas da saúde mental no trabalho e oferecer soluções inovadoras para criar hábitos mais saudáveis e evitar uma vida disfuncional.
O aumento do burnout e o declínio do bem-estar no trabalho remoto
Com a ascensão do trabalho remoto, muitos profissionais relatam níveis crescentes de burnout. A ausência de uma separação física entre “casa” e “trabalho” significa que o espaço para recuperação e descanso se tornou ambíguo, resultando em jornadas de trabalho prolongadas e estresse contínuo.
Contudo, a resolução para esse problema é relativamente simples: estabeleça limites claros entre o trabalho e a vida pessoal. Isso inclui a definição de horários de trabalho fixos, pausas regulares ao longo da jornada de trabalho, alongar-se e tirar cochilos de 15 a 20 minutos. Embora sejam práticas simples, elas podem aumentar o seu bem-estar no trabalho!
Isolamento é um risco para saúde mental
A falta de interação face a face é, sem dúvida, um dos maiores desafios do trabalho remoto.
O risco de se sentir isolado é real e pode ter repercussões sérias na saúde mental e no engajamento com o trabalho. A necessidade de se sentir parte de uma comunidade não desaparece no ambiente virtual.
Se você for um líder, é possível traçar algumas estratégias para impedir que o isolamento afete tanto o seu bem-estar no trabalho, quanto o da sua equipe. Veja algumas dessas estratégias na lista abaixo!
- Reuniões de Check-in Informais: Ao invés de eventos formais, promova encontros online informais, como “cafés virtuais”, onde os empregados podem conversar sobre temas não relacionados ao trabalho, emulando as interações casuais do escritório.
- Programas de Mentoria e Buddy: Promover sessões de mentoria ou programas de “buddy” pode incentivar o desenvolvimento das relações interpessoais e oferecer suporte adicional, especialmente para novos funcionários que podem se sentir perdidos ao começar em uma nova empresa remotamente.
- Grupos de Interesse Comum: Criar grupos ou fóruns baseados em interesses comuns (como esportes, hobbies, ou leitura) pode ajudar os empregados a se conectarem em um nível mais pessoal e encontrar colegas com paixões semelhantes.
- Projetos Colaborativos com Impacto Social: Engajar equipes em projetos que tenham um impacto positivo na comunidade ou no ambiente pode proporcionar um sentido de propósito e realizar trabalhos em equipe que vão além das tarefas diárias.
- Workshops de Desenvolvimento Pessoal: Oferecer workshops sobre temas como gestão do tempo, mindfulness e bem-estar físico, que ajudam os funcionários a melhorar suas habilidades pessoais e gerenciar melhor o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Ao adaptar essas práticas ao seu ambiente de trabalho remoto, você pode mitigar o sentimento de isolamento e promover um ambiente de trabalho mais harmonioso.
Agora, se você não é líder, recomendo que discuta essas estratégias com o seu superior direto para aumentar o bem-estar no trabalho e evitar as duras consequências do isolamento.
O que fazer quando ansiedade e incerteza compromete o bem-estar no trabalho?
A mudança repentina para o trabalho remoto, aliada à incerteza econômica, pode gerar bastante ansiedade, não é mesmo? A preocupação com a segurança do emprego e a adaptação às novas formas de trabalho podem ser fontes significativas de estresse e diminuir o bem-estar no trabalho.
Novamente, caso seja você o líder, procure:
- Oferecer treinamento de conscientização sobre saúde mental: Para conscientizar a todos sobre os sinais do declínio da saúde mental e como abordá-los.
- Criar políticas de PTO (Paid Time Off) Flexíveis: Com o intuito de encorajar o time a tirar tempo para si sem o estigma de estar “ausente”.
- Fazer avaliações regulares de bem-estar: para avaliar as necessidades e ajustar as políticas conforme necessário.
- Promover atividades de mindfulness: Atividades como meditação e yoga reduzem o estresse, melhoram o foco e aumentam o bem-estar no trabalho.
- Incentivar o desenvolvimento profissional: Oferecer oportunidades de aprendizado e crescimento fortalecem a satisfação no trabalho e a motivação.
Discuta essas soluções com o seu superior se você não for o líder, isso vai diminuir os índices de ansiedade, burnout e depressão. Os dois lados ganham: empresa e colaborador.
A saúde mental no ambiente de trabalho é um investimento, não um custo
Quando você leva soluções que podem aumentar o bem-estar no trabalho, você está diminuindo os custos operacionais da empresa onde trabalha, e o melhor promovendo uma melhoria que não vai beneficiar só você como todas as pessoas que trabalham naquele ambiente.
Sabe por que cuidar da saúde mental no ambiente de trabalho é um investimento e não um custo? Porque, ao adotar uma abordagem holística e centrada no ser humano, a empresa pode transformar o ambiente de trabalho em espaços onde a saúde mental é prioritária, a produtividade é sustentável e o bem-estar é alcançável.
As estatísticas são claras: investir na saúde mental não só melhora a vida dos funcionários, mas também aumenta a produtividade e lucratividade do negócio.
Então, não tenha medo de sugerir melhorias, se a sua empresa for visionária, os seus representantes irão avaliar com cautela o que está sendo proposto.
A saúde mental no trabalho não é mais um tabu, é um trampolim para o sucesso empresarial.
Casos de Transformação
Maria, uma desenvolvedora de software, compartilhou sua experiência com o trabalho remoto:
“No início, foi difícil. Eu trabalhava até tarde e não conseguia desligar. Mas depois que minha empresa introduziu sessões de mindfulness e limites claros de trabalho, minha qualidade de vida melhorou significativamente.”
Histórias assim evidenciam que mudanças organizacionais podem ter um efeito profundo no indivíduo.
Estatísticas reveladoras sobre o bem-estar no trabalho
Um relatório da Harvard Business Review apontou que 75% dos funcionários desenvolvem burnout no trabalho, com 25% atribuindo-o diretamente à carga de trabalho.
Além disso, empresas que investem em programas de saúde mental relatam um retorno de até 4 vezes o investimento em termos de aumento de produtividade e redução do absenteísmo.
O Dr. Richard Davidson, um renomado neurocientista, afirma: “O bem-estar no trabalho é uma habilidade que pode ser praticada e cultivada.” Ele sugere que práticas como a atenção plena podem remodelar a plasticidade do cérebro e melhorar a saúde mental.
A atenção plena, ou mindfulness, é uma prática que se concentra em trazer uma consciência focada e sem julgamento para o momento presente. Originária de tradições contemplativas, especialmente do budismo, a atenção plena tem sido adotada no mundo ocidental como uma técnica eficaz para reduzir o estresse, a ansiedade e promover o bem-estar geral.
No ambiente de trabalho, a prática de mindfulness pode oferecer vários benefícios, tanto para empregados quanto para empregadores.
Em resumo, esta é uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento pessoal e profissional, capaz de transformar a cultura de um ambiente de trabalho, favorecendo o bem-estar e a eficácia organizacional.
E mesmo que a sua empresa se recuse a adotar medidas que promovam a saúde mental, você pode adotar essas medidas em sua vida pessoal, para impedir a ansiedade, burnout, depressão e outros transtornos, e aumentar o bem-estar no trabalho.
O que fica de aprendizado?
Em conclusão, a revolução do bem-estar é uma chamada para a transformação do ambiente de trabalho moderno, que exige uma atenção rigorosa à saúde mental de todos nós. A sobrecarga de trabalho e a pressão constante por resultados podem levar a um esgotamento profissional desastroso, prejudicando não apenas o indivíduo, mas também a integridade e o desempenho da organização.
Por isso, é essencial que as empresas adotem estratégias eficazes que cultivem um ambiente de trabalho saudável e sustentável.
Apoiando medidas que promovam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, incentivando a comunicação aberta e assertiva, e estabelecendo uma cultura de apoio mútuo e respeito, podemos mitigar os riscos associados ao burnout e aos abusos de autoridade.
A inclusão de programas de bem-estar, pausas adequadas, atividades de fortalecimento da comunidade e a promoção da saúde mental são fundamentais para a prevenção de doenças ocupacionais e para a construção de uma força de trabalho resiliente.
Investir no bem-estar dos colaboradores é investir na própria essência da empresa. Líderes e gestores devem entender que a saúde mental é um componente crítico para a excelência e a inovação. Funcionários que se sentem apoiados e valorizados trazem consigo não apenas o seu talento, mas também o seu comprometimento e lealdade.
Portanto, é hora de abraçar a Revolução do Bem-Estar como uma estratégia não apenas para a melhoria do ambiente de trabalho, mas como um manifesto de humanidade e empatia.
Ao fazê-lo, não apenas transformaremos o local de trabalho, mas também contribuiremos para uma sociedade mais compreensiva e justa, onde cada indivíduo é reconhecido, não apenas por sua contribuição laboral, mas como um ser humano integral com direitos inalienáveis ao respeito e à dignidade.
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